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27.7.11

para o estômago, sal de frutas ...

Deixo a minha estrada no meio da minha viagem, agora, já não mais rumo ao destino planejado. Há momentos em que precisamos interromper o itinerário. O meu sentido de eu te amo vai muito além da essência, ele multiplica em versos e versões. Se um dia você precisar saber o significado de esputação, consulte o dicionário. Lá tem. Se a dúvida for sobre o que é dromomania, ele responde também. Caso precise da definição de atossicar, contramina, abléfaro, abnóxio, pode abrir o Aurélio que ta lá. Mas o “eu te amo” como foi construído, o livro mór das palavras fica mudo e coroado de vergonha, porque pra mim é muito, mais muito, mais muito além. Muito além do que medo, do que entorno, do que complicações, do que ciranda de sentimentos. O meu “eu te amo” tem munição. Entre a escuridão do meu certo e o clarão do meu errado resta um universo inteiro. Eu conheço um pouco sobre o amor e sei que ele tem altos e baixos, fases de bonança e tempestade, êxtase e tédio. Porém é sustentado pela riqueza dos pequenos gestos. E não se pode construir isso em cima de alicerce balançado, perturbado, ainda movido por amor, por recordação, ainda movido por gratidão, por comparação. Ia ser como Second Life, a lei seca no trânsito, o marxicismo, o quadrado mágico do Parreira na Copa da Alemanha, parece revolucionário, mas já nasce com cara de que não vai vingar. A verdade me clareou. Quase sem querer, uma garrafa foi girada e o gargalo ficou na mira de quem devia responder. Portanto não aceite arritmia. Melhor seguir o compasso certo. Acredito muito que para uma pessoa estar com alguém, precisa saber estar só, com o cuidado de não cair em isolamento. O amor, pode ser amor, sim. As circunstâncias podem não ter nome. Pessoas ligadas por uma coisa grande órfã de nome.

Não escreverei mais, só queria então que o mundo soubesse da simplicidade que move meus sentidos, (eu tenho paz) e pra mim o prêmio Nobel da “paz” perdeu toda a credibilidade, como pode alguém nomear um sociólogo, um médico, um presidente americano, sem antes consultar aquele seu cheiro que fica ali, perto da nuca. O cheiro mais cotado para faturar o prêmio de melhor coisa dentre todas as coisas do ano ...

Nem vai ser ...

A cereja do bolo seria eu encarnar o Mister M. (embora tendo a certeza de que o mundo não está mais nem aí pra ele) ou encontrar uma lâmpada com um gênio gordo e estúpido para desejar limpar seu peito, de tudo que ainda existe nele. Mas ainda sinto um silêncio educado e gritante, talvez em rebubinar o tempo, talvez em descer mais seqüências de seis quadradinhos no Tetris. Eu é que estou errada por já estar no level 9. Só não reseto meu jogo porque seria como lutar contra tudo que fiz até hoje. Só não reseto meu jogo porque seria brigar contra o tempo, que passa, passa, passa. Afasto assim meu coração, minha real vontade, não por mim, mas pelos turbilhões de sentimentos conflitantes, pela (ainda) falta de paz. Sem pedido, sem papel, sem questão. Não precisa validar uma coisa que o olho não vê. Será como não será.

Como em um gesto de cortesia militar debochado ...

Dois dedos no lado direito da testa batendo continência para os nós que a vida ainda cisma em atar !!!


Milene Guerra

puta que o pariu ....


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