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27.9.11

de bolo, não de coração!

Escrevendo aqui penso que uma ligeira dor de garganta acompanhada com um chá de hortelã com mel faz o peito se aquecer. A cabeça tá quente, a cidade tá quente, e a frieza desse relógio cisma em competir com a ‘quintura’ do meu coração. Resolvi falar, sem crise, resolvi colocar pra fora palavras – que não são conselhos – são sugestões, cada mulher ou cada homem sabe o que carrega e o que escolhe carregar. Eu geralmente carrego (minha arma imaginária) de emoções, vontades e quem já escutou o tiro sabe do que estou falando...

Mas vamos sem pormenores ao que interessa. Escrevendo sobre pensamentos disléxicos no meu último post (esse aí bem abaixo) e escutando neste exato momento a música ‘Brand New Start’ refleti sobre momentos antigos. Refleti sobre a forma do amor. Disse forma e não fórmula. Sempre escutei experiências de relacionamento de gente conhecida, gente que vinha me dizer, gente que reclamava, gente que bebia e falava, gente carente, gente sem tempo, gente sem noção, gente procurada. Certa vez um caso em especial me chamou atenção. O de uma menina, amizade antiga, que já se perdeu no tempo. Não tenho mais contato com ela, mas a lição foi inesquecível. Linda, badalada, popular. Cheia de pretendentes, amores platônicos aos seus pés, bonito, feio, pobre, rico, roqueiro, uma diversidade de dar inveja até ao ponteiro eletrônico que escolhe os números na lotérica para que você faça uma fezinha. Nada faltava, tinha talento, não tinha concorrentes. Mas vivia amargurada. A agenda estava lotada, o guarda-roupa também, mas o peito vazio.

Com isso, e ainda escutando a música que citei no parágrafo acima (sim, coloquei pra repetir) comecei a reparar nas formas de amor. Claro, esse não é o único exemplo, talvez o que mais me marcou, mas não é o único. Mas talvez o som romântico me fez ferver, até passei um batonzinho na boca do estômago.

Se você prestar bem atenção, quase todas as canções falam de amor. Numa ponta os não correspondidos, tema talvez de sete ou oito décimos do todo. Noutra, as músicas com refrões sobre pessoas que se encontraram e estão apaixonados, otimistas e patéticamente exultantes. Existe aí um hiato, uma brecha, uma falha artística. Qual o lugar das pessoas incapacitadas de amar? As pessoas que não têm paciência, os sem disciplina, os parafusos quadrados? Um amor que nasceu, mas nunca viveu. Um amor que aconteceu, mas não foi ocupado. Daquelas comédias românticas que ninguém tem tempo de rir, pois já começa pelo final.

E quer saber... os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados. Com auxílio do meu spray de própolis deixo a sugestão de ousar. Criar situações. As vezes a forma do teu amor está bem aí perto de você. NÃO seja alguém com o ar dos pulmões eternamente congestionado, incapaz de aspirar uma nova paixão bem debaixo do seu nariz. 

Milene Guerra

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