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8.4.11

pausa pro suco ...

Instinto de medo – tudo culpa do meu instinto afetivo que acordou feito um tigre com dor de dente cutucado com um cabo de vassoura ...


O dia que eu escutar: “olá, é você sim, tens a boca certa, tenho mão certa para banhar as especificidades do seu corpo, o nariz aguçado para cheiras suas costas inteiras no acordar do sol, os tímpanos que a melhor entenderão. Você é a síntese de tudo que é belo e doce que procuro no ser humano, e não há outra mulher no mundo que me faça metade do que sou quando penso em ti.”

Ah, aí, meu amigo ....

Pelo meu ponto de vista o crime não compensa. Também nem compensa passar noites em botecos se sentindo a ressurreição de Nelson Gonçalves. Tragando fumaças, loiras intragáveis, recebendo e devolvendo mensagens de MSN e SMS calorosas, saudosas e de efeito, (que nos fazem sentir adorados por meio segundo). Discutindo ideologias, cinema, marxismo, cafagestagem e outras merdas. Sempre com o intuito de pertencer a algum grupinho do sistema solar. Mas a vida é assim mesmo. Tem pessoas que gostam de provocar paixões sem a mínima intenção de submeter (ou não) ao mesmo sentimento só para dar comidinha pro seu ridículo mini-ego. O anúncio científico de que o homem é um ser poligâmico é passaporte para a gandaia.

Ter um tempo livre pode ser isso, uma aventura tosca. Pra que maquiar falhas? Sem falar das tentações ao longo do caminho. Mera atenção da minha parte para este anglo. Há farelos por baixo de tudo e o pior é que dá pra ver. Cansa, caleja e me aterroriza – adulterados, disfarçados, fantasiados e perfumados de colônias de free shop para ninguém perceber o cheiro amanhecido de um certo individualismo (bem no fundinho). Não, não é caretice minha, mas acredito em épocas e épocas, fases e fases. Tudo tem tempo, tudo tem que acontecer dentro desta linha e homens que insistem em continuar nesse paralelo farra / centro deve-se atentar a um dos males mais terríveis que existe, a solidão. Vão ser eternos solteirões, cada vez mais velhos, freqüentando bailinho da saudade, barrigudos, varizentos, sádicos e amargurados. Porque a vida, ah, como ela passa. Ela passa. Passa. Passa. Passa. Rápido. O tempo envelhece, e com ele envelhece suas chances, suas atitudes, suas teorias, seus planos...

De que adianta rodar, rodar, rodar, rodar, se o tal amor espera a gente no lugar mais pacato que existe; sereno, trivial, pequeno e simples! SIMPLES! É natural a ordem das coisas. É natural o jeito que elas acontecem. Mas nesse caso, vamos inverter também o sentido. Acho que se for mesmo pra alimentar “razões para ser feliz”, antes prefiro que me apresente alguém feliz com qualquer razão.

... e sem projetos de Steven Seagal.


Milene Guerra

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